por Sandra Regina Ambrósio
John Wesley nasceu em 1703 e sua infância foi fortemente influenciada por sua mãe, Susana Wesley, conhecida por sua rigidez com a educação dos filhos, mas muito piedosa sempre ensinava a importância de estar na presença de Deus através da oração. Seu pai, ministro anglicano Samuel, era um homem difícil de agradar e suas atividades pastorais e políticas o impediam de estar mais presente no seio da família, deixando para a esposa as responsabilidades da administração financeira da família e da educação dos filhos. Mulher de pulso forte acreditava que os filhos e as filhas deveriam ser disciplinados quando não se comportassem. Disciplinava-os com rigidez, mantendo um horário para cada atividade e reservando um tempo de encontro com cada filho para conversar, estudar e orar.
John Wesley com sete anos foi salvo de um incêndio na casa paroquial onde residia pelo seu vizinho Epworth Rectory. Esse incêndio destruiu a sua casa. Esse fato marcou sua infância e a partir daí sua mãe entendeu que Deus havia poupado sua vida para algo de muito especial. Susana ensinou John Wesley até os 11 anos e depois o enviou para uma escola pública, como aluno interno por seis anos. Aos 17 anos, foi para a Universidade de Oxford.
No início do século XVIII, a Europa vivia um contexto histórico social conturbado, saindo de um país agrícola para o da Revolução Industrial. A sociedade inglesa enfrentava diversos problemas de ordem social, com uma taxa de desemprego alta, mendigos, corrupção e violência generalizada. John Wesley viveu nesse contexto onde a apatia religiosa estava presente em todas as denominações do cristianismo.
Essa apatia vem influenciar o jovem John Wesley, estudante na Universidade de Oxford, onde formou-se bacharel em Teologia e concluiu seu doutorado, em 1727. Quando retorna a Oxford no ano de 1729, John Wesley, Charles Wesley e mais dois acadêmicos começam fazer reuniões com um pequeno grupo para estudos bíblicos, oração e encorajamento mútuo. Torna-se um líder do grupo atraindo outros interessados nessa prática.
George Whitefield juntou-se ao grupo por alguns anos, tornando-se grande amigo de John Wesley. Nessas reuniões, Wesley procurava passar os conhecimentos obtidos no passado de William Law, o qual teve influência em sua vida com a leitura do livro: “Sério Apelo a Uma Vida Devota e Santa” que o despertou para ter uma vida consagrada. Esse grupo ficou conhecido pelos colegas universitário de “Clube Santo”. Não foi ele que deu esse nome. Alunos que perceberam que havia horários e métodos o chamaram de “metodistas” e Wesley simplesmente de ‘Metodistas de Oxford’.
Wesley e seu irmão Charles iniciaram visitas e evangelismos em presídios. Wesley passou então a se interessar mais pela questão social de seu país e a miséria que a Inglaterra vivia na época.
Em umas de suas viagens retornando a Londres, Wesley tem contato com um grupo de morávios. Eram homens e mulheres que cantavam hinos durante as terríveis tempestades no mar. Isso fez com que ele desejasse conhecer mais sobre a fé que vivenciavam intensamente. Peter Bohler, um morávio, o ensinou “pregar a fé até que ele a tivesse”. Wesley entendeu que, até então, o que lhe faltava era viver essa fé.
No dia 24 de maio de 1738, na Rua Aldersgate, em Londres, Wesley passou por uma experiência espiritual extraordinária, é assim narrada em seu diário:
“Cerca das oito e quinze, enquanto ouvia a preleção sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvado da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração”.
A partir daí, seu verdadeiro trabalho começou e era brilhante! Sua permanência ao lado dos morávios, onde mais tarde houve o rompimento, o fez aprende a pregar seus sermões ao ar livre, seu diferencial para a comunicação do evangelho para com a sociedade. Pregava nos púlpitos até que o “fechassem”, então ia para o ar livre pregando até três vezes ao dia. Seu horário beneficiava os trabalhadores que o podiam ouvir, às 5 da manhã. Viajou 60 milhas (90 quilômetros), por dia a cavalo. Não se importava com as dificuldades ou obstáculos encontrados. Nada importava! O que importava é que almas estavam conhecendo o evangelho salvador.
O que Wesley pregava? Pregava a salvação e uma vida de santidade, honestidade e boas relações familiares. Ensinava que cada membro da sociedade deveria buscar crescimento espiritual. Ricos e pobres vinham para ouvi-lo falar. Suas ministrações e sua vida tiveram uma influência efetiva na vida das pessoas, mudanças de comportamento podiam ser observadas na forma de se vestir, nas finanças, no vocabulário, nas relações interpessoais.
A vida de Wesley após tantos anos de sua morte ainda serve de exemplo e inspiração para todos aqueles que buscam dedicar sua vida no altar do Senhor e ser benção para toda uma geração. Que a exemplo dele possamos nos entregar sem reservas e comunicar o verdadeiro evangelho que confronta o pecado e muda o pecador.