“A Conferência nutre uma profunda convicção do valor da comunhão espiritual mútua que nosso povo tem cultivado com a frequência regular a nossas Reuniões de Classe; cremos que, desta forma, os membros de nossas Sociedades, de todas as idades e sortes de conhecimento, posição e habilidade são melhor capacitados a andar em segurança com Deus, a nutrir a simples e ardente piedade, única proteção contra os perigos e seduções da era, a treinar oficiais espiritualmente orientados para o serviço futuro e a prepararem-se para, no fim, prestar contas com alegria“. (Constituição e Política do Metodismo Wesleyano)
No final do ano de 1739, oito ou dez pessoas vieram a mim em Londres, que pareciam estar profundamente convencidas do pecado, e sinceramente procurando por redenção. Eles desejavam (como fizeram um ou dois mais no dia seguinte) que eu passasse algum tempo com eles em oração e os aconselhasse a fugir da ira vindoura, que eles viam continuamente pairando sobre suas cabeças. Para que tivéssemos mais tempo para esta grande obra, marquei um dia em que todos pudessem se reunir, o que, a partir de então, fizeram a cada semana, a saber, nas quintas-feiras a noite. A estes, e tantos quantos desejassem juntar-se a eles, pois o número aumentava diariamente, dei conselhos de tempos em tempos, que julguei mais necessários para eles; e sempre concluímos nosso encontro com uma oração adequada às suas diversas necessidades.
Este foi o surgimento das Sociedades Unidas, primeiro em Londres, e depois em outros lugares. Tal sociedade nada mais é do que “um grupo de homens que buscam o poder da piedade; unidos para orar juntos, receber a Palavra de Exortação e zelar uns pelos outros em amor, para que se ajudem mutuamente para trabalhar sua salvação”.
Para que seja mais fácil discernir se eles estão realmente trabalhando na certeza de sua própria salvação, cada sociedade é dividida em grupos menores, chamados de classes, de acordo com seus respectivos lugares de domicílio. Há aproximadamente doze pessoas em cada classe: um dos quais é denominado líder. É o seu trabalho:
I. Ver cada pessoa em sua classe pelo menos uma vez na semana para indagar como suas almas estão prosperando; aconselhar, reprovar, confortar ou exortar, conforme a ocasião possa exigir; receber o que eles estão dispostos a dar em prol do alívio dos pobres;
II. Encontrar os ministros e os diáconos da sociedade, uma vez por semana, para informar o ministro se há alguém que esteja doente, ou alguém que caminhe desordenadamente e não esteja sendo reprovado; Para pagar os diáconos o que devem receber de suas várias classes na semana anterior; e para mostrar as contas do que cada pessoa contribuiu.
Há somente uma condição requerida previamente daqueles que desejam a admissão nestas sociedades, a saber, “um desejo de fugir da ira vindoura, para serem salvos de seus pecados”. Mas onde quer que seja realmente fixado na alma, será mostrado por seus frutos. Por isso é esperado de todos que lá continuam, devam continuar a evidenciar seu desejo de salvação,
Em primeiro lugar, não fazendo nenhuma ofensa, ou seja, evitando todo tipo de maldade, especialmente aquela que é geralmente praticada, como por exemplo:
- Tomar o nome de Deus em vão:
- Profanar o dia do Senhor, tanto fazendo um trabalho ordinário, ou comprando ou vendendo:
- Embriagar-se; comprar ou vender licores alcoólicos, ou bebê-los, a menos que nos casos de necessidade extrema:
- Lutar, discutir, brigar; ir à justiça contra seu irmão; devolver o mal com o mal, ou injuriar; usar muitas palavras na compra ou na venda,
- Comprar ou vender bens incomuns:
- Dar ou pegar coisas com juros; isto é, um negócio ilegal:
- Ter conversas pouco caridosas ou inúteis; particularmente falar mal dos magistrados ou dos ministros:
- Fazer a outro o que nós não gostaríamos que fizessem a nós:
- Fazer o que nós sabemos não ser para a glória de Deus; como, vestir ouro ou acessórios caros;
- Ter diversões onde não se pode usar o nome do Senhor Jesus;
- Cantar canções ou ler livros que não levem ao conhecimento ou ao amor de Deus:
- Ter suavidade e auto indulgência desnecessárias
- Armazenar tesouros na terra:
- Pegar emprestado sem possibilidade de pagamento, ou pegar bens sem a possibilidade de pagá-los.
É esperado que todos que continuem nestas sociedades, que eles devam continuar a evidenciar seu desejo de salvação,
Em segundo lugar, fazendo o bem, sendo misericordiosos de todas as formas, conforme a oportunidade; fazendo o bem de todos os modos possíveis, e tanto quanto possível, a todos os homens:
- Usar seus corpos com a capacidade dada por Deus, dando alimento ao faminto, vestindo o despido, ajudando ou visitando quem está doente ou na prisão:
- Para suas almas, instruindo, reprovando, ou exortando tudo o que temos; pisando aquela doutrina entusiástica dos demônios, que “nós não devemos fazer o bem, a menos que nossos corações estejam livres para isso”.
- Fazer o bem, principalmente aos domésticos da fé, ou fazer lamentações; empregando-o preferencialmente para terceiros, conquistando um ou outro, ajudar uns aos outros nos negócios; e tanto mais, porque o mundo amará os seus, e somente eles.
- Por toda diligência e simplicidade possíveis, para que o evangelho não seja o culpado.
- Trilhar com paciência o caminho que está diante deles, negando a si mesmos e tomando sua cruz diariamente; submetendo-se a suportar a censura de Cristo; para não ser como a sujeira e escória do mundo: e observar o que os homens falam falsamente com todo tipo de maldade, por amor do Senhor.
Espera-se de todos que desejam continuar nessas sociedades que continuem a evidenciar seu desejo de salvação,
Em terceiro lugar, atender todas os regulamentos de Deus: tais como, a adoração pública a Deus;
- O ministério da palavra, seja lida ou exposta;
- A ceia do Senhor;
- Oração familiar e privada;
- Pesquisar as Escrituras; e
- Jejum ou abstinência.
Estas são as regras gerais de nossas sociedades; tudo o que somos ensinados a Deus a observar, até mesmo em sua Palavra escrita, que é a única regra e a regra suficiente de nossa fé e prática. E tudo isso sabemos que seu Espírito escreve sobre todo coração verdadeiramente despertado. Se houver alguém entre nós que não as observe, que habitualmente quebre qualquer uma deles, deixe-os ser conhecidos, como se tivessem que prestar conta. Nós os repreenderemos dos erros de seus caminhos; nós os suportaremos por algum tempo. Mas então, se eles não se arrependerem, não terão mais lugar entre nós. Nós entregamos nossas próprias almas.
John Wesley e Charles Wesley
1 de maio de 1743.